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Localização: Luanda, Angola

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29.8.12

VOTO CONSCIENTE E RESPONSÁVEL É IMATURO EM ANGOLA

Semana passada andei por algumas vilas e aldeias de Balombo, Londuimbali e Bailundo por questões familiares. Nas vésperas do dia 31 de Agosto, a população naquelas localidades parece estar descontraída e engajada nas suas lavras e negócios. Não registei ambiente de medo ou tensão sobre este clima de eleições. Quanto à consciência do momento político do país, e exceptuando as eventuais fraudes ou desorganização institucional, penso que teremos “votos militantes” no interior do país. Não há condições para voto consciente e responsável. Isto porque não há informação massiva e isenta naquelas zonas. Pouquíssima gente ouve a Rádio. A única presença visível e significativa é do Mpla e dalguns “restos mortais” da Unita. Ou seja, no acto de votar, as pessoas não olharão aos programas e ideias dos partidos propostos; até porque ignoram a sua existência. O voto será por “amor” a camisola. Notei porém que as pessoas (sobretudo os jovens) estão muito esclarecidas nas cidades de Benguela e Huambo. Nestas capitais, a informação plural circula um pouco mais.

3.8.12

JOVENS BENGUELENSES FURIOSOS COM DOCENTES UNIVERSITÁRIOS DE LUANDA

Os jovens benguelenses embaraçam Mário Pinto De Andrade e Amílcar Xavier com perguntas como o que dizer das contas do presidente da República denunciadas pelo advogado David Mendes, da real nacionalidade de JES, da morte de Fulumpinga Lando Victor, da miséria e desemprego generalizados e da falta de universidades em Benguela. O que vi e ouvi semana passada em Benguela cimentou em mim a ideia de que a população juvenil anda muito insatisfeita (senão mesmo frustrada) com as condições socioeconómicas do país. O cine monumental de Benguela (semi-repleto de jovens convidados para ouvir os conselhos de académicos vindos de Luanda) transformou-se em pequeno areópago de guerra de palavras entre aqueles académicos e os jovens irreverentes e inquietos. “Falar do crescimento quando o povo está a sofrer?”, questionavam-se, irónicos, os jovens enquanto abandonavam o recinto em sinal de protesto.