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Localização: Luanda, Angola

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23.6.12

“Água para todos” (?) e luz para alguns em Luanda

A escassos dias das eleições, Dos Santos abre as torneiras d’água em Viana. Há uma semana o precioso líquido começou a jorrar nos bairros musseques de Mulenvos. Todas as manhãs são abertas as torneiras de centenas chafarizes erguidas na zona. Ruas alagadas em pleno cacimbo, chafarizes empilhadas de mulheres, miudinhas e baldes coloridos dão nas vistas de qualquer transeunte desta zona. “Vamo proveitar. Ézelonções. O bidó é só dez kwanzas”, convida, animada, uma senhora com a bebé nas costas e a bacia d’água sobre a cabeça. Diria que era cena montada para o inglês ver e o mwangolê votar, se a girafa recentemente construída pelos chineses não ficasse no mesmo bairro, fazendo crer que a água tenha chegado para ficar. Há quatro anos assisti ao mesmo espectáculo nas aldeias de Cabiri (Icolo e Bengo). Passados três meses, furos aqui, avarias das máquinas acolá, falta de salário dos trabalhadores, etc. Certo é que as mamãs e velhinhas de Catete continuaram a beber água turva das lagoas e cacimbas. A festa durou pouco, mesmo depois do Saba Grande ter aberto as torneiras de Cabiri. Em Viana será diferente? A ver vamos. Muitos habitantes aguardam, ansiosos, pelo processo de canalização residencial. A luz é ainda luxo em muitos bairros periféricos de Luanda. Nos Munlevos de Viana, os PTs e postes de energia foram erguidos ano passado pelos chineses, os cabos esticaram-nos há pouco meses, as casas e casebres estão já timbradas pelo selo da EDEL, a corrente essa é que porém não passa nem chega às cubatas, ruas e ruelas.