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16.5.14

As estatísticas na comunicação social

O INE começou a recolher hoje os dados do Censo 2014, que serão depois analisados e publicados. Os dados deste Censo serão úteis não só para tomada de decisões governativas, mas também servirão a política, comércio, educação, saúde, ciência e a outros ramos do saber e fazer.
Na divulgação a ser feita pelos media, é preciso ter cautela para não se vir a confundir burgalhau com alho. Os números apenas demonstram relações, e nada mais. Mas, como a manipulação de dados pode ser tendenciosa, eis aqui alguns critérios de interpretação jornalística e retórica de dados estatísticos (Prieto, 2013: 103):
  1. Em geral, os dados estatísticos podem seleccionar-se, agrupar-se, classificar-se e interpretar-se de diferentes perspectivas de argumentação;
  2. Apresentar os dados por gráficos ajuda a contextualizar, comparar e acentuar visualmente as diferenças dos números. Infelizmente, os gráficos desapareceram das nossas telas e jornais;
  3. A utilização de valores muito elevados ajuda a entender os contextos das cifras e acentua as diferenças extremas com outros dados, ou seja, mencionar por exemplo os milhões de votos que apoiam um partido normalmente produz mais efeito do que referir apenas a percentagem de votos que representa;
  4. Quando se diz a “maioria”, pode-se estar a falar, por exemplo, tanto de 15%, se se referir a diversas possibilidades, como de 51%, se estiverem em causa apenas duas alternativas.
Nunca é demais perguntar-se, caro jornalista, como os dados foram colectados e se os resultados finais são ou não confiáveis. Para mais dicas, leia também o Manual do Jornalismo de Dados.