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19.5.07

Imigrantes "legalmente desfrutados" na Itália

Dos mais de dois milhões de imigrantes regularizados na Itália, metade ou um terço deles devem estar actualmente sem o «permesso de soggiorno», documento que legaliza a presença e o trabalho dos estrangeiros na República italiana, o que se pode traduzir em graves constragimentos e avultados perdas económicas da parte dos imigrantes.

Em Dezembro do ano passado, o novo governo de Prodi concebeu e materealizou uma nova lei de regularização dos imigrantes na Italia que estipula, entre outros deveres e direitos, a contenção da massiva imigração clandestina, a informatização e inclusão dos dados pessoais dos imigrantes no sistema digital europeu e a radução do tempo na aquisição da cidadania italiana por parte dos estrangeiros. Até aqui tudo ok. O problema começou na realização daquele pacote legal.


Desde 11 de Dezembro de 2006 que entrou em vigor aquele novo decreto até hoje, nenhum «permesso di soggiorno» foi ainda emitido. Contrário ao que era o procedimento anterior, ora o processo de requer a legalização é feita junto dos balcões dos correios (posta italiana), para depois se aguardar pela eventual chamada por forma a se registar os dados pessoais (com as impressões digitais e foto); feito isso, aguarda-se pelo documento que legaliza o estrangeiro, cujo prazo (do tal documento) não passa de um ano (para estudantes) e dois anos (para trabalhadores). No anterior proceder, este processo todo durava no máximo um mês, hoje, com essa nova lei, tem uma duração indefinida, isto é, não se sabe sequer quando se poderá obter exactamente o tal novo «permesso di soggiorno».


As consequências dessa lentidão têm sido dramáticas junto dos trabalhadores e estudantes estrangeiros aqui na Itália. Muitos desses gostariam viajar para outros paises dentro ou fora da Europa, outros deveriam (re)começar a trabalhar; todos porém são forçados a não realizarem aqueles legítimos intentos a causa da falha ou problemas incompreensíveis na máquina burocrática italiana. Na casa onde vivo aqui em Roma residem muitos indianos e nigerianos a estudarem aqui em Roma, mas, nas férias do verão, todos têm ido a Alemanhã, dessa vez, porém, muitos estão impedidos de o fazer por falta do «permesso di soggiorno», o que significa na prática pagar mais de dois mil euros pelos três meses de forçada permanência nos colégios, caso não encontrem quem os acolha aqui na Itália. Alguns trabalhadores estrangeiros sem documentos em dia estão sendo desfrutados pelos seus patrões, pagando-lhes ninharias por não terem documentos actualizados.


Tem havido aqui e acolá algumas manifestações de contestação da parte dos imigrantes, mas, a imprensa e a televisão não têm feito caso a tais reclamações. Entretanto, a recente manifestação de apenas uma centena de prostitutas na cidade de Padova mereceu destaques em todos os media italianos.