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1.5.07

Teste de Paternidade Duvidosa é Boom na Europa



Quando era pequeno tinha a mania de fazer perguntas esquisitas aos mais velhos, quer fosse para alimentar a minha estranha curiosidade quer fosse para me a calmar as infinitas dúvidas sobre determinadas coisas de vida. Um dia desses perguntei ao meu tio materno sobre o motivo daquilo que ele costumava chamar «certeza materna» em umbundu. Já terão passados mais de 15 anos, mas, lembro, ter-me replicado que se tinha certeza absoluta de se ser filha da fulana, mas, não se podia afirmar categoricamente o mesmo quanto ao pai. E isso era também uma das grandes justificações que sempre alegava ao costume bantu de «linhagem matriarcal».


Ora, aqui, tenho notado que a «incerteza de paternidade» não é somente coisa dos africanos arraigado nas tradições familiares matrilineares. França, USA, Alemanhã e, ora, Itália são paises que actualmente lideram no mundo os testes genéticos de confirmação da paternidade. Se nos anos noventa tais testes de DNA deviam ser feitos quase somente na América do Norte e na Alemanhã, a preço dos olhos (651.000 euros), hoje, quase todos os paises do velho continente possuem os laboratórios para teste de paternidade, e a custos razoáveis (entre 300 a 600 euros), com simplicidade e rapidez incoparáveis há alguns anos atrás.


Muitos homens fazem tais testes às costas das suas próprias mulheres. O sistema tornou-se muito simples e veloz. Ultimamente é moda fazé-lo via Internet, sem a presença pessoal. O “pai desconfiado” pega num fio de cabelo, unha ou bocado salivar do seu filho e do seu; mete-os num recipiente apropriado e esterlizado, e manda pelos correios tais «produtos» ao laboratório do pais que quiser. Dentro duma semana ou mesmo em 24 horas recebe a resposta sobre a correspondência ou não do próprio dna com o do presumido filho. A garantia e eficiência desta técnica é de quase 99,9%.


Segundo a revista «Grazia» do passado Fevereiro, a França encabeça a lista dos pais duvidosos de sua paternidade. São quase oito mil por ano. Há cinco anos a procura aumentou em 65%, com o respectivo aumento de taxa de natalidade. Itália lhe está seguindo timidamente. O pedido destes testes por pais italianos é de 15%/ano. E na sua maioria o fazem no laboratório Labtest, Alemanha. Apurei na Internet que dos cem pais que requerem estes testes, 15% descobrem que o próprio património genético é incompatível com o do filho.


Entretanto, estas provas de paternidade via Internet oferecidos por vários laboratórios na Europa não têm validade legal junto das autoridades civis ou judiciárias, talvez, por serem feitos ao anonimato ou às escondidas da família toda. De facto, semelhantes exames de compatibilidade familiar do dna são normalmente feitos nos laboratórios hospitalares, e ao consentimento ou participação da esposa e filho.


O teste anónimo ou sem o conhecimento da esposa tem sido criticado pelas autoridades institucionais devido o desiquilíbrio e desarmonia social e familiar que pode suscitar.

A meu ver (subtraindo os problemas éticos e familiares do teste anónimo), o exame do dna para confirmação da paternidade pode ser uma solução técnica para tantos problemas sociais e familiares em África ligados ao fenómeno de infidelidade conjugal. Com uma prova deste tipo, meu tio materno, por exemplo, deixaria de se agarrar aquelas suas razões para justificar a linhagem matrilineal bantu, pois, o exame dna garante cientificamente a paternidade quanto a maternidade. Por outro, muitos homens e mulheres «corneadores» em Luanda sentir-se-iam forçados a reverem a sua má conduta