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16.8.07

Roma às moscas


No pico do verão, a cidade de Roma ferve de ar quente e gente colorida. As vezes, o calor húmido chega mesmo a atingir os 42 ºC. Entretanto, os autocarros e comboios estão quase sempre superlotados de gente, na sua maioria estrangeiros, ou seja, turistas. Nesta semana, estou eu também amontoado nesta moldura de gente estranha e suada, girando de cima a baixo, procurando nem sei o quê. Todavia, a cidade é literalmente deserta dos romanos e dos seus normais movimentos. Os comerciantes asiaticos, os turistas e outros estrangeiros sao os reais donos de Roma, nestes dias.
Nunca vi Roma tão quieta quanto nestes dias. Em cada porta ou vitrina de empresa, loja ou centro comercial, um letreiro avisa: “chiuso per ferie” (fechado por férias). O pessoal sumiu todo. Muitos encontram-se nas casas ditas de féria, abrigos próximos do mar, rios ou lagoas, ou nos cimos de altas montanhas. Até a famosa via natizionale, no centro romano, entrou também em férias. Da minha residência, na via casilina, à minha Universidade que fica junto a famosa Piazza Navona, normalmente não fazia menos de uma hora e meia de autocarro, a causa do engarrafamento; nesta semana, porém, não tenho perdido senão quinze minutos!
Em situações normais, circular em metrôs, carro ou autocarros em Roma requer uma acrescida dose de paciência. A cidade, com mais de dois milhões de habitantes, possui apenas duas linhas de metrô. Como se não bastasse, as avenidas e praças principais estão quase sempre obstruídas pelos grevistas ou manifestantes, o que agrava de que maneira a fluidez do trânsito. A propósito das greves, o sindicalismo aqui na Itália é quase uma indústria, uma moda. Em tempos não de férias, Roma, capital de Itália, quase diariamente assiste a uma greve, manifestação ou a outro tipo de reivindicação pública. Motivos: os contratos de trabalho de categoria/classe, as pensões, o aumento de salários, redução dos horários do trabalho, etc., ultimamente contra as políticas de privatização de grandes e públicas empresas públicas tais como alitalia. O povo aqui não aceita sofrer calado, tem tradição de participação activa na reivindicação dos seus direitos civis ou políticos.
Voltando ao nosso tema de êxodo massivo das cidades para os campos ou estrangeiro a motivo de férias, fala-se que apenas 300 mil empresas estão abertas e funcionando nestes dias em toda a Itália, das quais 200 mil ligados aos serviços básicos como combustível, transporte, saúde e hotelaria. Calcula-se que mais da metade dos 60 milhões italianos estejam a gozar férias em lugares distantes de onde normalmente exercem as suas actividades profissionais. Até o próprio Papa, Bispo de Roma, não se encontra nestes dias em Roma. Fixou-se momentaneamente em Castel Gandolfo, nas vizinhanças da cidade eterna.

1 Comments:

Blogger Afonso Lumfuankenda Landa said...

Sou Afonso Lumfuankenda Landa, estudante do 4ºano de comunicação social. venho através deste recordar o professor Tchingandu que, prometeu-nos publicar no seu blog, a pauta sobre a cadeira da Fotografia e Filmagem. ate agora ainda não vimos nada. Nada também esta fixada lá na faculdade, e ate agora ninguém sabe sê quem foi no recurso e quem é que não foi. por favor professor, Publique no seu blog. A promessa é uma dívida. Obrigado. Que Deus vos abençoe.

12/16/2008  

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