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26.12.07

Milagres natalícios acontecem no Hospital Maria Pia!


Quem frequenta o Hospital Josina Machel, ex-Maria Pia, em Luanda, seguramente já terá visto uma madre velhinha a distribuir sorrisos e alimentos aos doentes. Chama-se Antónia Nakalembule (na foto, com dois dos seus novos pacientes cristãos). Tem 82 anos de idade, dos quais, 27 gastos nos serviços de enfermagem, naquela unidade hospitalar. «Eu via muita gente sem família nem comida – confessa a Irmã - mas, não sabia como acudi-la. Então veio-me a ideia de iniciar a fazer e vender um pouco de gelo. Com este dinheirito ia comprar pão, para os “meus doentes”». Era como que uma gota no oceano das necessidades. Muita gente pobre e necessitada acorre ao Hospital Maria Pia, as vezes, sem parentes para lhes acudir as necessidades por que passam. Era assim, ainda hoje é assim. O Hospital Josina Machel, nos anos oita e noventa, já foi um dos piores lugares, para os doentes. Por todo o que é canto havia lixo, até aos corredores cheirava a nauseabundos. Hoje o cenário é totalmente diferente: uma empresa designada Serviceclean cuida 24/24 horas da higiene daquele Hospital. A atenção para com os pacientes melhorou significativamente. Mas, ainda assim, o Hospital não consegue colmatar todas as necessidades alimentares e medicamentosas dos seus doentes. É a esses que a nossa madre católica tem procurado levar um pouco de pão, sumo e calor humano, mesmo sabendo ser quase insignificante.
Contudo, a Irmã Antónia nunca se desencorajou pelo aparente “insucesso” da sua mão caridosa. «O pouco é muito, com Deus», repete-me várias vezes ao partilhar esta história. Há seis meses, uma senhora, proprietária duma padaria, apercebeu-se do esforço incassável da madre. Juntou-se a ela. Hoje, a Irmã Antónia tem sempre pão em abundância, para distribuir aos seus pobres pacientes. Diariamente, às 15 horas, outras duas ou quatro senhoras ajudam-na a distribuir esses bens. Não deixou de fazer o seu gelo. Agora porém poupa o dinheirito na compra de sumos e de outros líquidos, para os seus doentes que não podem ingerir alimentos sólidos.
«Deus escuta o grito do pobre». Quem ouviu recentemente os gemidos daqueles pacientes da Nakalembule é a inteira Comunidade do Centro S. José, ex-Carmelo, da Paróquia de S. Joaquim, em Luanda. Mobilizada pelo seu pastor, padre Reinaldo, juntaram na semana passada cerca de 90 mil Kwanzas, a partilhar com “os doentes da Irmã Antónia”, no espírito do Natal. Caso para dizer que as boas obras têm o perfume das flores, e, por isso, são arrebatadoras. Com efeito, muitos pacientes da nossa madre estão sendo aliviados nas suas dores, e seus sorrisos já podem ser iluminada pelas estrelas gloriosas de Belem.
Os serviços abnegados da Madre Nakalembule, já vergada pelo peso da idade, estão igualmente aproximando a própria Igreja junto dos seus fiéis doentes ou moribundos. Afinal a Irmã Antónia não anda a dividir unicamente pão e água materiais, mas também pão e vinho espirituais. Antónia, com certas dores nos joelho, diariamente trepa as escadas do Hospital. Sua presença da grande mamã naquele Hospital nacional tem sido confortante a tantos cristãos que alí têm ido procurar saúde. Com estes, a irmã tem procurado partilhar a fé, a Hóstia e os bons conselhos. Neste ano, a madre conseguiu solicitar a presença regular de sacerdotes católicos, naquele lugar, para cura espiritual e sacramental. Assim, o Hospital Maria Pia passará a ter, a partir do próximo mês, um capelão estável, Pe. António Baptista, e outro assistente espiritual, Pe. José Andrade Moma, ambos sacerdotes diocesanos da Arquidiocese de Luanda. Para os filhos e filhas de Deus, são grandes ganhos, se tivermos em conta que aquele grande Hospital nacional passou mais de 32 anos, sem assistência espiritual regular de padres católicos.